Vivia dessas
aparições. Estava sempre vestindo o mesmo pulôver
cinza-sem-graça. Tinha meia-idade e estava sempre lendo o mesmo livro de capa
branca e amassada.
Se a vontade de todo
anônimo é ser celebridade, a de todo vulto é ser existência.
Ser sólido e falar das coisas. Falar do que viu, ser vivente e interagir
com os outros. Porém, os vultos não têm linguagem linear, sequer falam a língua
dos homens. Conhecem o verbo ancestral,
dominado apenas pelas coisas ocultas e
outros seres que habitam a profundidade do éter.