A Brincadeira da Revista
"O correto é fazer com uma caixinha de música. Mas vou ter que improvisar com o assobio mesmo".
O rapaz cobriu todas as cores violetas que apareciam nas fotos com uma caneta marca-texto amarela. Levou um tempo, mas a curiosidade era tamanha que todo mundo esperou pacientemente.
Quando terminou, pegou a revista, a fechou e chamou a todos. Colou a capa com fita durex na tampa da mesa e pediu silêncio. Em seguida, sugeriu que todos fixassem o olhar, sem piscar, em um ponto que ele mesmo fez com a mesma caneta marca-texto na contracapa da revista. Em seguida a folheou bem rápido, a partir da última página para a primeira.
Com uma habilidade incomum, o rapaz conseguia passar todas as folhas com a mesma velocidade. Assobiava uma espécie de canção europeia antiga de ninar, bem lenta e sinistra. As pessoas que faziam o truque corretamente, sem piscar, conseguiam ver uma ilusão de ótica em todas as manchas amarelas que borravam do lado oposto a que haviam coberto a cor violeta, sugerindo figuras. Eles viam um menino brincando com um cata-vento calmamente sentado. Era incrível o realismo. Mas a revista era muito curta e a animação não ia até o fim.
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