A Maldição do Sorriso


Verdade ou não, a história que vou lhes contar serve, no mínimo, para refletir a respeito dos efeitos nocivos da introspecção em excesso. Certas pessoas se prendem em verdadeiros “casulos da alma“ e vivem distraídas, alheias a tudo. Com pouco interesse em tudo o que é real e social, terminando muitas vezes a se desfazer do próprio corpo.

Mas a história que você vai ler não chama a atenção por esse grau de desleixo com o “palpável“, mas por uma característica que as pessoas muito introspectivas têm em comum: o excesso de detalhismo e obceção.

Odair esteve em um velório. Foi obrigado porque o defunto trabalhara com ele e foi convencido de que enforcar em casa tal data solene, em vez de dar o último adeus ao cadáver bem vestido, seria leviano demais e deixaria as pessoas com raiva.

Uma pessoa que Odair não sabia direito quem era pediu, a esmo, que fizesse uma oração em voz alta para que todos acompanhassem. Todos do escritório estavam rodeados e de cabeça baixa e Odair se lembrou que não sabia rezar... Na verdade, nem sentir-se triste Odair sabia fazer...

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